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Texto fictício, nenhuma conclusão amorosa pode ser tirada com base nele. haha.

Tinha essa garota né... Eu devia ter uns 18 anos na época... Sei que tudo aconteceu muito rápido. Lembrando assim dá até uma sensação engraçada, como se não fizesse tanto tempo. A vi pela primeira vez na saída de um restaurante qualquer. Não lembro bem do nome do restaurante, mas lembro que ele tinha uma aparência meio antiga com a tinta meio desbotada de propósito. Parecia caro. De qualquer maneira, fiquei olhando ela de longe. A miopia ainda não tinha aparecido na minha vida.
Puxa, como ela era linda. Não sabia distinguir a cor dos cabelos dela. Era uma mistura de castanho claro com loiro, acho que deviam ser essas luzes que as mulheres fazem no cabeleireiro e tudo. Posso jurar que no momento parei de sentir os músculos da perna e dos braços. Sabe quando fica dormente? Então era isso mesmo. Em tudo. Ao mesmo tempo. Não sabia lidar muito com aquilo. Era tudo meio novo. Ela devia ter a minha altura. Fico até meio sem ar só de lembrar.
Haha... Lembro de um amigo meu, me cutucando pra ver se eu esboçava alguma reação. Não podia acreditar que ele mesmo não tinha se apaixonado, assim como eu, por aquela menina. Na verdade não podia acreditar em como ela não estava trancada em uma torre qualquer igual a essas princesas dessas historias todas. O tempo estava em câmera lenta. Eu juro pra você. Parecia até que existia um desses ventiladores que fazem o cabelo das atrizes voar nos comerciais. Devo até ter olhado pra trás pra me certificar. Ela não tinha defeitos. Era uma poesia que ganhou vida. Meu coração já estava batendo no ritmo dos seus passos. Lembro disso porque uma hora ela parou de andar e eu pensei que fosse morrer.
Ela estava usando um vestido. Sensacional. Eu não sou muito desses que repara nessas coisas, mas foi inevitável. Não conseguiria descrever nem se eu quisesse. Lembro que era azul escuro, e isso ressaltava a pele clara e os cabelos e tudo. Eu realmente não tenho como descrever aquele vestido. Era chique demais para um domingo a tarde qualquer. Pensando bem, acho que uma menina dessas tem mesmo é que andar por aí vestindo as roupas mais bonitas, 24h por dia.
Mas aí aconteceu um negócio. Disso eu não me esqueço. E creio que nunca vou me esquecer. Ela olhou em minha direção. Aqueles olhos, sinceros, doces. Eu quase conseguia senti-los confundindo a minha mente como bem queriam. Ela me olhou em meu momento mais vulnerável. Eu devia estar com a boca semi aberta, os braços mortos, a respiração forte. Poderia ser jogado no lixo que não pareceria cruel. Mas ela, de alguma forma, compreendeu minha mais profunda admiração. Foi como se ela soubesse que o meu maior desejo naquela hora era ter o privilegio de poder passar o resto da minha vida contemplando o perfeito desenho do seu rosto. Mesmo que fosse de pé mesmo. Pra sempre. Estaria lá até agora se pudesse. Sério. Então, meio que percebendo isso, ela abriu um sorriso com o canto da boca. Um sorriso disfarçado. Contido. Um sorriso tão sincero que se satisfazia em ser libertado. Olhou pro chão, como se estivesse envergonhada. Puxa, meu coração nunca tinha batido tão rápido. Aquele sorriso terminou por aumentar a paixão que surgira em pouquíssimos segundos. Um sorriso que tremeu o meu mundo por completo e me deixou sem saber o que fazer.
Finalmente o carro dos pais dela, que aparentemente estava no estacionamento do restaurante, chegou e cobriu a minha visão. E eu, como um louco que percebeu que não tomou seu remédio, comecei a caçá-la com os olhos de uma forma meio desesperada até. O carro partiu e não me deu sequer o prazer de um último olhar. Senti um medo de que nunca mais fosse vê-la novamente. E o medo foi me devorando por dentro. Já sentia pontadas daquele pensamento atravessando meus órgãos mais vitais. Mas aquela não era a única vez que íamos nos encontrar. Enfim, isso é outra história.