Um adeus para os que ficam

Me resta uma madrugada de espera até ser trancado no seminário por uns três meses. Não sei muito bem como estão minhas emoções quanto a isso. Sei que não penso muito. Creio que sinto um misto de ansiedade boa com medo e confusão. Confusão por não entender muito bem o que significa passar tanto tempo longe dos amigos e da familia. Confusão por não entender o que é morar sozinho.

O medo, no caso, não é explicado logicamente. Não consigo pontuar nem argumentar a favor dele. Apenas o percebo uma vez ou outra. Como um garotinho que dificilmente entra em um quarto escuro e não sabe porquê.

Após dois meses de viagens diversas, amigos diversos e sensações diversas, não está chegando a hora de voltar a rotina. Aquele momento em que sentimos até saudade de retornar as aulas e nos dedicarmos mais do que no ano anterior.  Agora a situação é inusitada. Fico feliz por isso, mas dá o frio na barriga.

Engraçado como esse contexto obriga o meu desenvolvimento. Ontem mesmo estava passando roupas com meu ferro novo. Mulheres, não pensem que por isso sou um excelente marido. Demoro cerca de 5 minutos para passar uma droga de uma camiseta e tenho terriveis dores nas costas. Mas, melhor do que nada. Haha.. “Melhor do que nada” é uma frase muito conveniente para os inúteis. Pense só: estou as 3h21 da manhã escrevendo em um blog não remunerado. “Melhor do que nada!” . Quem é o idiota que consegue ficar as 3h da manhã fazendo nada? o que é o fazer nada afinal? Pode dar um tapa na cara do babaca que está olhando para a paisagem e ele te dirá que estava pensando na vida. Vc terá que dizer que isso é, de fato, melhor do que a droga do nada.

Penso que seria bom ir dormir. Melhor do que nada. Melhor do que escrever talvez.. Mas tb não me empolgo muito com a ideia de me acalmar na cama e encarar a realidade. Estou a horas de entrar em um mundo  maluco e novo. E ficar trancado nele. Por vontade própria.