Que vida boa…

Aqui estou. Após meses de desaparecimento. Após meses de falta de tempo e inspiração. Aqui estou. No meu mais clássico habitat. A hora de dormir. A hora em que deveria estar dormindo. Num dia em que deveria mesmo estar dormindo. Não estou.Aqui estou.

Amanhã tenho prova da auto escola. Querem me testar pra ver se estou apto a sair por aí sem matar ninguém com o meu possante. Mais do que justo. Mesmo sendo justo, é medonho. E me tira o sono. Francamente. Estou tentando a dormir a uma hora e não estou conseguindo. Não estou conseguindo desligar. E nem fico pensando na droga do teste. Fico pensando em mil outras coisas. E nesse desenrolar de pensamentos, me cansei.  Me cansei e resolvi fazer algo de útil com meu tempo. Não consegui pensar em nada de útil. Logo, aqui estou.

O que tenho pra dizer pode ser longo. Se você, meu querido leitor, não estiver com saco, eu te entendo. Pode parar por aqui. Mas se parar, nunca mais fale comigo seu hipócrita!

Brincadeira. Te amo.

O que tenho pra falar, e contar, contar e relembrar, sairá como uma redação de minhas férias. Dessas que as nossas mais queridas professoras nos obrigavam a escrever quando ainda não odiavamos o colégio completamente. Será pra contar da minha estadia na estancia Palavra da Vida em Caldas novas.

Hesitei um pouco em escrever sobre isso. Sinceramente, não quero fazer nenhum irmão pecar por inveja. Sei que muitos de meus colégas seminaristas, passaram por dias de chuva e comidas exóticas, verdadeiros heróis, merecedores do mais alto galardão. Então, sem falar do frio que eles devem ter passado, prosseguirei meu texto sem comparações.

Não sei por onde começar. Ah, sei sim. Fiquei por lá durante 25 dias. 25 dias de Sol. De bermudas e camisetas, vivi meu julho, feliz da vida. Por 25 dias comi das melhores refeições de um possivel Palavra da Vida. Acontecia de eu ir dormir feliz porque sabia que o café da manhã estava próximo. Massas, bolos, pães, doces, feijoadas, pães de queijo, picanhas, mousse de maracuja, tortas de limão, creme de milho, suco de laranja, suco de uva, suco de caju. Por 25 dias, comi como rei. Que saudade que já dá. Não que a mamãe não cozinhe bem. Não tenho do que reclamar de mamãe. Afinal, ela nem cozinha. Mas tenho sim, boas lembranças daqueles dias.

Joguei futebol com os hospedes, nadei nas piscinas de águas quentes. Todos os dias. Ou quase todos.  Aproveitei muito. De tudo o que se podia fazer. Fiz quase tudo. Não fiz tudo porque se fizesse não teria aproveitado ao máximo. Jogar tenis? Francamente.

Trabalhei muito. Muito mesmo. Fiquei esgotado muitas vezes. Mas isso sim era relevante. Esse sim era nosso objetivo.  Servir a Deus. Sem ganhar dinheiro nem promoções. Nem status, nem fama. Atuar em pecinhas aparentemente sem graça, dormir tarde e acordar cedo. Preparar aulas e recolher bolas. Levantar as 7 para uma boa caminhada com os hospedes malucos. Esforço nobre. Esforço justo.

É claro que eu estava muito bem acompanhado. Muito bem acompanhado. Da moça mais linda do mundo. Do amigo mais retardado do brasil. De amigas cem por cento.  De um tenente e um bipolar. Da moça mais linda do mundo.  Fizeram dessas férias as mais agradaveis e memoraveis. Não teve erro. Foi perfeito. E olha que pra mim, perfeito é uma palavra cretina.