O que tenho pra contar hoje é sobre um episódio recente que aconteceu comigo. Um episódio envolvendo eu, o transporte público da cidade de São Paulo e a lista de chamada da universidade. Um lindo dia de aula.
Começa com o despertador. Aquele barulhinho que vem do celular. Aquele barulhinho infernal. Não adianta colocar uma música que você gosta muito. Você não vai curtir quando ela tocar. Não vai ser mais facil tirar o cobertor nem levantar da cama. A música que você mais gosta vai aos poucos se tornando um requiem do satanás. Não adianta também gravar alguma coisa na sua própria voz. Você não vai acordar rindo. Creia.
Levanto, troco de roupa, coloco as lentes (o que significa que não poderei dormir no trajeto). Faço isso porque meus fones de ouvido não se adaptam quando estou de óculos. Eu uso aqueles fones enormes que todo mundo acha ridiculo. Preparo um sanduiche. Como o sanduiche. Olho o relógio. Pode ser que eu me atrase. Corro pra pegar o mp3 com os fones enormes. Chamo o elevador. Tento ligar o aparelho que aliviará o desconforto dos dois onibus que me aguardam. Sem sinal de vida. Faleceu o maldito bem na hora da provação. Não posso dormir por que estou de lente, não escuto música porque o mp3 teve óbito. Logo antes de sair de casa o caos já dominava.
Corro pelas ruas. Vejo de longe a grande avenida. Vejo também o grande estraga prazeres. O meu onibus. No ponto. Mas faltava algo. Eu, no ponto. Sintam também essa mágia. Foi tão precisa a hora de chegar e sair, tão exata para eu não embarcar, que só faltava o motorista me largar um hang loose pra eu me sentir num filme.
Sento e espero pacientemente o próximo. Hora que saí de casa: 6h15. Hora do próximo onibus: 6h40. Relaxei. Afinal não tinha muito mais o que se fazer. Entrei no bendito busão já certo de que ia chegar atrasado. Sentei. Esperei.
Os vinte minutos que se seguiram foram bem entediantes. Sem música, sem dormir, sem saco nenhum para ler. De qualquer maneira, não foi nenhum obstaculo impossivel de superar.
Mas aí, neste lugar, o terminal, foi onde a insanidade deu as caras. Perder o primeiro onibus me fez chegar as sete horas no lugar e já sabia onde devia pegar o próximo. Algo estava diferente. Notei logo que cheguei, um fator bem complicado. A porcaria do terminal estava com umas 124 mil pessoas na fila do onibus que eu pretendia pegar. Sem brincadeira, tinha pelo menos a China inteira querendo ir pra são bernardo naquela bela manhã. Naquela bela manhã nublada. Sempre que dá esses rolos tá nublado. Parece que é o cenario para catastrofes. Vai ver se o tsunami aconteceu num lindo dia de Sol. Nada. Tudo de transito e de poluição e garoa acontecem também num dia nublado. Sério, se garoasse num dia sem nuvens eu nem ia me importar muito, mas a cor cinza dá um look de morte na parada.
A fila funcionava da seguinte maneira: As pessoas que estavam na frente entravam primeiro e as pessoas de trás entravam depois. Acredite em mim. Nunca vi uma fila como essa antes. (Antes de criticar, procure no dicionario: ironia)
Existiam tres filas. Quando um cara percebia que a primeira fila ficava muito cheia ele iniciava outra fila que entraria primeiro no próximo onibus onde ele poderia escolher seu lugar a vontade. Escolhi então, a primeira fila, atrás de umas mil pessoas para tentar, com muita astucia me enfiar em algum canto do primeiro transporte disponivel. Acontece que este não chegava. Eu já não tinha certeza se conseguiria entrar no primeiro, e nem o primeiro chegava! Após trinta minutos, de sessenta segundos cada, ( esses foram completos mesmo, sensação termica de duas horas) , chegou o cavalo branco. passou mais uns 60 anos para todas as pessoas descerem e adivinhem. Não era ele. Depois de despejar os infelizes o motorista simplesmente vazou. Ele deu o maldito do chocolate pra criança e depois tirou com um belo tapa na face. Como se não fosse sofrimento e agonia o bastante, isso aconteceu mais umas tres vezes. Comecei a pensar que ia rolar uma rebelião da classe operária alí mesmo.
Enfim meu sofrimento foi aliviado. Me soquei dentro do veículo como se minha vida dependesse disso. Eram 7h35 da manhã, minha aula já havia começado há cinco minutos e justamente no único dia em que os professores fazem a maldita chamada. Depois daquele aperto passei a desvalorizar o esforço das sardinhas ao se enfiarem naquela latinha. Já não me parecia grande coisa.
Transito vai, transito vem, cheguei no meu destino as 8h30. Corri para assinar a chamada na primeira aula. Corri e corri. Não estava mais tão abatido assim. Estava mais para um vencedor. Tinha demorado duas horas e vinte e cinco minutos para chegar na porcaria da faculdade e me sentia vencedor. Quando cheguei na sala, me sentia realmente um herói. Tinha vencido a vida. Ou pelo menos evitava pensar que a culpa era toda minha por ter perdido a porcaria do primeiro onibus. Enfim. O professor não fez chamada.
hahahaha.
ResponderExcluireh o Kiso nem sei se vc lembra ainda Hahaha
ResponderExcluircara vc manda bem pra caralhoo escrevendo
parabens xD
hauhauah poo kisoo! lógico que lembro mano! hahaha valeu brother é muito bom ouvir!
ResponderExcluirabração!
aushuahsahshauh ai fe que zica! hahhaah
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