Mas dá pra ler em menos tempo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O dia em que fomos viajar (parte 1)

A história de hoje é mais uma dessas que não foi tão divertida na hora. Foi o caso de quando eu, Lucca, Will e Paulinho fomos à Atibaia para trabalhar voluntariamente em uma programação de dia das crianças do Acampamento Palavra da Vida.

Começamos bem. Compramos a passagem na rodoviária para as 18h30. A fome batia na porta e não conseguimos resistir aos encantos da Casa do Pão de Queijo. Acontece que, quem já foi lá sabe, a Casa do Pão de Queijo da rodoviária Tiete é uma armadilha. É uma cilada Bino! Você crê que a fila é pequena, sacrifica uns bons 4 reais num pão de queijo que devia custar R$1,50 e quando pensa estar prestes a retirar o pequeno objeto do seu desejo, é redirecionado para uma outra fila ATRÁS do quiosque. Aparentemente, nesse dia todos os indivíduos do terminal também estavam na pilha por uma delícia de queijo e a fila era como as estrelas no céu.
Desesperados, olhamos para o relógio: 18h25. Jovens crias que éramos, apostamos na bondade do motorista. 18h32, para nossa alegria, o ônibus já estava bem longe de São Paulo.
Obviamente, só nos restou jogar a antiga passagem na lata do lixo, junto com nossa dignidade, que já não era muita, como sabem.
Já no meio do caminho resolvemos ligar para nosso contato no local. Ele nos instruiu a descer no meio da estrada, "antes do pontilhão". É claro que, para quatro perdidos como nós, esse direcionamento foi um tanto quanto assustador. Era noite, lugar desconhecido. Decidimos contar com a bondade do motorista. Ele mostrou-se disposto a colaborar. Foi um erro.
Passado algum tempo, resolvemos consultá-lo, novamente, sobre a distancia até o local.

"Xi, já passamos uns 800 metros do pontilhão"

Ele falou isso mesmo. Passamos o pontilhão.

Não me entendam mal. Eu não tenho nada contra motoristas. Acho super justo levar as pessoas de um lugar pro outro, fazer curvas perigosas e suportar o cheiro de "o pior produto de limpeza do mundo" 16 horas por dia. Porém, motoristas que leem esse texto: as pessoas confiam em vocês. É pra valer essa confiança. O mesmo vale para cobradores.

Resolvemos descer. No meio da estrada, escuridão cortada apenas pelas lanternas dos carros frenéticos que passavam dos dois lados da pista. Mato de um lado, mato do outro e carros enlouquecidos pelo meio. É mais do que claro, neste cenário cabuloso, que alguma coisa nos obrigaria a atravessar para o outro lado. E esta coisa foi um posto de gasolina mal assombrado. Apesar de ser, possivelmente, a nossa morte certa, o posto do terror era o único estabelecimento próximo, em qualquer direção. Fomos para lá.

Quer dizer, não foi simples assim.

As pistas eram separadas por um muro baixo, vocês sabem, que de ponto em ponto se encontra uma divisória daquelas que só permitem a passagem de umas duas pessoas por vez. Facilmente, atravessamos uma das faixas. Conseguimos chegar à abertura e ficamos espremidos esperando a deixa. Depois de uns 3 minutos nos apareceu uma oportunidade de ouro. Os únicos carros que vinham estavam ainda longe e bravos rapazes como nós precisávamos apenas de alguns segundos para realizar a travessia. Porém algo aconteceu. Ele aconteceu. Lucca. Lucca aconteceu. No calor da indecisão, o querido companheiro realizou uma das maiores imprudências relatadas no diário de travessia de estradas. Ele, simplesmente, avançou e travou. Ficou no meio da pista. Em dúvida se daria tempo para passar com vida. O caos foi total. "VAI LUCCA! SAI DA FRENTE SEU MALUCO!" "CORRE VELHO!CORRE!". Esperou o carro se aproximar e VOLTOU! VOLTOU para a ilha, nos levando junto com ele! Nesse momento o terror irracional subiu em nossa cabeça e vendo os carros vindos dos dois lados da pista a toda velocidade, fizemos o que seria o mais sensato. Gritamos muito. Foi uma cena bonita de se ver. Quatro imbecis gritando e rindo de desespero. "A GENTE VAI MORRER". Foi dez.

E não parou por aí. Mas eu parei por aqui. 1h da manhã é hora de criança estar na cama, dizia mamãe.

Vou pra cama.

Depois eu termino isso daqui.

  

2 comentários:

  1. É um menino cheio de histórias pra contar. Abraços brother. Que venha o próximo poste, ou post, ou whatever rsr.

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