Olhos, vejam!

Tenho que escrever sobre minha ultima aventura vivenciada a poucas horas. Pra evitar a ilusão dos leitores, tenho que ser franco e dizer que não é uma aventura droga nenhuma. Simplesmente chamo assim por vontade de chamar e é mais um fato constante na minha vida do que algo que passei.

Hoje fui buscar minhas lentes de contato. Sim, sou míope. Não tanto ao ponto de ter que sair de casa optando por um óculos ou uma bengala, mas ao ponto de negligencia-los e perder a magia da vida por muitas vezes. Não foi uma experiencia das mais agradáveis, ja adianto. Tive que pegar um onibus sem saber muito aonde tinha que descer. Minha mãe me falou que era antes do elevado do “cebolinha”. Sério, já acho vergonhoso o suficiente falar “elevado do cebolinha” em voz alta. Falar para o cobrador e nao ser compreendido é ainda mais terrivel. “ Elevado do cebolinha não é por aqui não, que eu saiba” é claro que não é por aqui senhor Mauricio de Souza, foi uma pegadinha da senhora minha mãe. Ela deve ter se esbaldado.

Acabei chegando lá de um jeito ou de outro. Esperei uns 30 minutos num freezer chamado sala de espera e fui de encontro com a atendente mais simpática desse mundo. Como eu queria ela como melhor amiga. Foi doce como a porcaria de um lobo. Minhas lentes estavam prontas e eu precisava apenas aprender a colocar e tirar. Apenas fazer a coisa mais impossível do mundo. Gostaria de parar um pouco o texto para parabenizar quem consegue tirar e colocar as lentes de contato com rapidez e praticidade. Vcs são especiais.

Ela me deu as instruções do que eu devia fazer me espremeu numa cadeira e ficou olhando enquanto eu executava os movimentos. Lutava para enfiar a droga no olho enquanto o sistema denfensivo do meu corpo ria das minhas investidas. Consegui enfim colocar no lado direito. Uma festa. Uma festa de empresa, pq parecia que não havia feito mais do que minha obrigação. Fui para o olho esquerdo então. O olho mal. Aquele que é ridicularizado por todos os destros simplesmente por se chamar esquerdo. Resolveu se vingar na única oportunidade que teve. Foram minutos de angústia. Não entrava de jeito nenhum. A mulher, irritada, dava instruções e perguntava “ não está ouvindo o que estou dizendo!?” e eu respondia “ se vc calar essa boca enorme talvez eu consiga!”. Obvio que isso é uma tremenda mentira. Não sou cara de pau dessa forma e nem tão grosso assim. Mas bem que bateu uma vontade de abrir mão da minha espiritualidade e destruir tudo regado ao som de um punk rock qualquer.

Enfim, fiquei muito tempo e consegui colocar o da esquerda. Insatisfeita, ela quis me fazer tirar e colocar as duas de novo. Logicamente, não consegui fazer rapidamente, e ela tentou me mandar embora sem as lentes! No duro mesmo, quis me fazer marcar outra hora pra aprender direito. Mas nunca toleraria tal blasfemia. Por sorte, minha irmã estava lá para argumentar com a bruxa, visto que nesses momentos eu não consigo responder normalmente aos acontecimentos.

De qualquer maneira, não consigo realizar essa arte de tirar e colocar. Creio que essa habilidade é reservada a poucos. Grupo do qual eu não faço parte. Mas, se o nosso amigo Ronaldo, pega travecos, consegue ser um exemplo de superação, acho que posso também adquirir essa tão almejada habilidade. Puxa esse cara é um exemplo.