Sem brincadeira. Hoje aconteceu um negócio muito inédito e eu me sinto no direito de relatar. Serei breve, já que percebi que textos longos são menos atrativos. Um minuto de silencio por Camões.
Acordei no horario de sempre. Quer dizer, acordei. Dei soneca umas 15 vezes então nem lembro de fato que horas foi isso. Sei que tinha que me aprontar para ir pra aula. Um evento comum. Levantei, troquei de roupa, tomei um café da manhã estilo casa de repouso (frutas com aveia e mel). Fui escovar meus dentes. Nessa hora. Foca nessa hora. Peguei a escova e a pasta, tranquilo. Mais um dia normal, afinal. Porém, notei uma formiga transitando pela pia. Não era uma formiga dessas minúsculas. Nem também daquelas enormes e bizarras. Pausa.
Já parou pra pensar que os animais que a gente conhece são ideais no tamanho que são? Sério. Quando um leão aparece na nossa frente, o que é muito comum aqui no Brasil, a gente corre. Certo. Mas corremos apenas porque ele não é flor que se cheire ( Mamãe, levarei seu ditados a todas as nações!). Se o Leão fosse bonzinho e querido, certamente todos nós iamos querer ter um. Ignorando o espaço fisico real de nossos apartamentos, é claro. Lembrem das Cronicas de Narnia. Agora, pensem se existisse uma formiga do tamanho de um leão. Ela podia até contar piadas que mesmo assim seria ameaça nacional. Fim da pausa.
Era apenas uma formiga de médio porte. Não grande o suficiente para decretar estado de calamidade pública, nem pequena suficiente para ser engolida sem querer numa colherada de mel. Era média, daquelas que mordem e dói. Achei aquilo meio esquisito, mas comecei a escovar os dentes assim mesmo. De repente, vi outra. E aí que a gente começa a se desesperar, quando vê a terceira. Formigas são bichos muito astutos. Você demora pra reparar a presença delas. Depois de ver a terceira formiga, rolou aquela cena de filme, em que a camera que estava no zoom agora mostra o ambiente todo infestado dessas pequenas trabalhadoras mal pagas, governando o banheiro. Era tipo a invasão das formigas de médio porte. Foi perturbador. Fui reparando em todas elas, por toda a parte. Não era como se fossem aquelas que vieram por causa do doce mas são facilmente eliminadas. São aquelas que te matam aos poucos. Exageros a parte, quando você vê um montão delas assim você realmente fica pensando o que aconteceria se todas viessem te atacar ao mesmo tempo. Era nisso que eu estava pensando naquela hora. Eram tantas e em todos os lugares que cheguei a pensar “ Estou cercado”. Achei que elas iam me erguer e me levar como num show de rock, exceto pela parte em que eu deveria voltar para o palco. Pensei em começar a matança do século XXI. Pensei realmente em socar a mão nessas malditas, mas aquele video no youtube do menino e sua formiguinha morta me tocou profundamente ( não entendeu? assista aqui). Ouvi aquela voz dizendo “ Não é de matar! não é de matar!” e isso freiou meus instintos mais perversos.
Mentira. Acontece que as formigas estavam por toda a pia e para mata-las teria que tirar todos os produtos da minha irmã antes de e dar um fim a toda colonia invasora de pequenos diabos. Pausa.
Dividir banheiro com a irmã é uma coisa engraçada. Ela tem uns 250 mil objetos de beleza pessoal, cremes, instrumentos mortais (pinças e afins), produtos diversos sei lá pra que, enquanto eu, que quero, apenas deixar meu mísero cortador de unhas escondido no canto, sofro bullying e muitas vezes tenho que começar uma verdadeira jornada para descobrir onde ela o guardou. Fim da Pausa.
O fato é que eu não tinha tempo e nem reflexos naquela hora da manhã para executar tal chacina. Resolvi então deixar barato. Disse em voz alta “ Peguem o que quiserem, mas deixem minha familia em paz” e fugi para as montanhas. Quando voltei da aula minha mãe tinha dado um fim todas elas com suas estrelas ninja. Ou com seu veneno em spray, tanto faz.
Acabou que esse texto não ficou tão curto quanto eu imaginava. Um minuto de silencio por mim.
Agora entraria bem aquela frase final daqueles programas de acidentes trágicos:
“ E Felipe nunca mais se esqueceu do dia em que quase perdeu sua vida”
Sempre acreditei na conspiração das formigas! Eu fazia a minha parte mantando-as enquanto criança, hoje me atenho a coisas triviais e esqueço dessa tarefa. Mas valeu por lembrar! O futuro da humanidade depende disso!
ResponderExcluirAbraços e parabéns pelo blog!