Mas dá pra ler em menos tempo.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O lado bom do Lulu

Este texto é polêmico por essência. À primeira vista, pode parecer quase como tentar defender o Rei do Camarote ou falar que o Nissim Ourfali, de fato, fez a coisa certa em gravar aquele vídeo. Mas não me entenda mal. Não estou defendendo o aplicativo. Não faria isso. Acredito que ele é puramente uma ferramenta. Num mundo ideal ele, simplesmente, não faria sentido. Os elogios seriam falados abertamente e as críticas seriam sempre construtivas e em secreto. O lulu não seria odiado, seria, apenas, não utilizado.

Mas ele está nas mãos da nossa sociedade atual. Atual, passada, futura, enfim, está nas mãos do ser humano. E o ser humano não é ideal. O ser humano é isso. Julga sempre que possível e premeditadamente. Gosta, muitas vezes, de revelar o que é podre, sem ajudar na melhora. Gosta de saber dos escândalos dos outros. Enquanto está apaixonado, exagera nos elogios. Depois que termina um relacionamento, declara abertamente o que era ruim. Quando deseja, tudo são flores. Quando está insatisfeito, reclama, ironiza, debocha. E o Lulu é um reflexo disso. E não estou criticando as mulheres nem nada. Estou criticando todo mundo. Estou me criticando e tudo. Fazemos isso e negar é ridículo.

Por que é que se dá nota para Sexo no aplicativo? Porque existem pessoas que tratam o sexo sem seriedade. Que consideram o sexo uma coisa tão banal, que topam fazê-lo com outras pessoas com o caráter tão questionável (vamos colocar assim) a ponto de depois dar uma nota em rede aberta.

Estou criticando o Lulu? Não. Estou criticando o estilo de vida que impera e que migrou para o celular.

De qualquer forma é possível extrair algo de bom nisso. Quando o Anônimo é ativado as mascaras caem. As pessoas revelam quem elas realmente são. Não é preciso estar em situação de vida ou morte para praticar canibalismo. É preciso apenas ter a garantia de não ser pego. Torna-se um ponto positivo do Lulu a possibilidade de darmos uma boa olhada no caos de princípios e valores que são maioria. Abrir um pouco os olhos, se você estiver disposto.

Mas há mais. Críticas por exemplo. Hoje em dia tudo é tão feliz. Ou parece, quando a gente olha o instagram. Mas e quando um cara abre o seu perfil e lê que ele não vale mais do que um pão na chapa? Que ele é um filhinho da mamãe (levei essa. Te amo Mãe. s2)? Que acha que o mundo gira ao seu redor? Que não sabe apertar um parafuso? Que não tem educação? Que mente até em Juizo?

Acho que precisamos apanhar um pouco sim. Saber onde precisamos melhorar. Se ninguém se preocupa mais conosco, a ponto de nos criticar, pessoalmente, construtivamente, trabalhe com o que se tem.

E, se as mulheres são baixas ao ponto de avaliar seu desempenho sexual, seu primeiro beijo, dar informações que só servem para destruir, reavalie com quem você anda. Quem você escolhe para ter intimidade. Que tipo de intimidade é essa, que você está buscando?

Em alguns casos ele pode até te trazer boas noticias. Dizer que você está no caminho certo. Vi, por exemplo, que sou #HomemDeUmaMulherSó. E é isso mesmo. Que fique em negrito. Sou homem de uma mulher só.

Também diz que eu #SobreviveriaNaSelva. HAHA. Há quem questione isso.

Sou uma pessoa pública. Assim como qualquer outra. Pode falar como você me enxerga. Quer falar algo íntimo, abertamente? Então leve em consideração: Quanta intimidade eu te dei? Trabalhe dentro desses limites. Lembre que “o que Maria fala de João diz mais sobre Maria do que sobre João”. Mesmo que só Maria saiba que é ela quem está falando essas coisas todas. Reflita, Maria, reflita!

Mas você não tem o direito de mentir. Não tem o direito de distorcer o que é verdade. De fantasiar. De corromper o que é certo. Mas enfim, quem leva em consideração proibições como essa, hoje em dia? Isso tudo não é sobre o Lulu, é sobre nós.






Obs. Apesar de tudo o que foi dito aqui, eu excluí meu perfil ontem a noite, em respeito a minha namorada. Ah, que bom é ter um blog despretensioso.

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